A história de Carla me tocou profundamente e acendeu em mim a chama da vocação. Não era apenas a luta dela que me emocionava, mas também a forma como Maria Cicera se entregava de corpo e alma para garantir que a filha tivesse todas as oportunidades que merecia. Foi impossível não sentir o chamado para contribuir de alguma forma com essa causa.

Percebi que meu propósito era ajudar outras pessoas a superarem seus obstáculos e construírem suas próprias histórias de sucesso. Motivada por essa convicção, decidi dedicar-me à área da educação especial, mas sabia que isso não seria suficiente. Queria ir além, atuar em espaços onde a inclusão não fosse um privilégio para poucos, mas um direito garantido para todos.

Durante minha formação, tive a oportunidade de estudar mais profundamente sobre as dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência, tanto na escola quanto na sociedade. Isso me fez perceber como histórias como a de Carla são mais comuns do que imaginamos, mas ainda invisíveis para muitos. Vi como a ausência de políticas inclusivas e o despreparo de instituições criam um ciclo de exclusão que perpetua desigualdades.

Acredito que a educação especial é um instrumento fundamental para construirmos uma sociedade mais justa e inclusiva. É por meio dela que podemos eliminar barreiras, desconstruir preconceitos e garantir que todas as pessoas, independentemente de suas diferenças, tenham acesso às mesmas oportunidades de desenvolvimento e crescimento.

Minha paixão por essa área nasceu ao observar a luta de Maria Cicera para oferecer à Carla não apenas uma educação básica, mas uma formação que respeitasse suas particularidades e explorasse suas potencialidades. Com o tempo, compreendi que a educação especial não é um favor, mas um direito.

Durante minha formação e prática profissional, descobri que a educação especial vai muito além da sala de aula. Ela envolve um trabalho colaborativo que inclui famílias, professores, gestores e a própria comunidade. É necessário construir ambientes onde a diversidade seja celebrada, e não apenas tolerada. Isso requer investimentos em infraestrutura, formação de profissionais e políticas públicas que coloquem a inclusão no centro das prioridades.

A história de Carla e Maria Cicera me ensinou que a superação de desafios é possível quando há fé em nós mesmos e no apoio das pessoas que nos amam. Ver a dedicação de Maria Cicera ao enfrentar as dificuldades que surgiam no caminho de sua filha me mostrou que o amor e a perseverança são ferramentas poderosas para transformar vidas.

Maria Cicera nunca aceitou que as limitações impostas pela sociedade definissem o futuro de Carla. Desde cedo, ela lutou para que sua filha fosse tratada com respeito e tivesse acesso às mesmas oportunidades que qualquer outra criança. Quando parecia que as portas estavam se fechando, Cicera encontrava uma maneira de abri-las. Essa força inabalável era como uma chama que iluminava não só o caminho de Carla, mas também o meu e de todos que conviviam com elas.

Carla, por sua vez, transformou as adversidades em combustível para sua determinação. Apesar das barreiras, ela enfrentava cada dia com coragem e um sorriso no rosto, mostrando que o impossível pode ser alcançado com esforço e resiliência. Sua trajetória de superação me inspira a acreditar que, mesmo nas situações mais difíceis, sempre há uma possibilidade de vitória.